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Nascido na Região da Leopoldina, 37 anos, casado com a Advogada Dra. Alexandra Vaz, pai da Anna Clara, flamenguista,cristão, Servidor Público do Municipio do Rio de Janeiro desde 2002, advogado militante nas áreas civis, trabalhista, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro Turma CPOR de 1995,trabalho com o intuito de fazer as pessoas felizes e realizadas, usando as ferramentas do respeito a dignidade das pessoas, sem preconceitos e diferenças.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ENTREVISTA CANDIDATO RODRIGO MAIA AO SITE TERRA


As pessoas não podem esperar até a Olimpíada', diz Rodrigo Maia
30 de julho de 2012  08h50  atualizado às 11h06


Rodrigo Maia confia em crescimento da sua candidatura. Foto: Mauro Pimentel/Terra
Rodrigo Maia confia em crescimento da sua candidatura
Foto: Mauro Pimentel/Terra
GIULIANDER CARPES
Direto do Rio de Janeiro
Filho de político, Rodrigo Maia (DEM) não renega seu pai, Cesar Maia, que dominou a política carioca por 16 anos - foi prefeito do Rio por três mandatos e elegeu seu sucessor uma vez. Maia diz que vai utilizar a experiência do pai, mas sinaliza que os dois têm muitas diferenças.

Crítico de Paes, o candidato do DEM pretende mudar o escopo do Porto Maravilha, obra que destina R$ 8 bilhões à zona portuária da cidade e um dos carros-chefes da campanha do atual prefeito. Maia não entende porque investir tanto dinheiro em apenas uma região quando se tem problemas graves de saúde pública.
Terra abriu essa semana a série de entrevistas com os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro. Foram convidados os pretendentes ao cargo que obtiveram pelo menos 1% na pesquisa Datafolha, divulgada no dia 21 de julho. O candidato Marcelo Freixo (Psol) teve a entrevista publicada na última quarta-feira, sendo seguido por Aspásia Camargo (PV) na quinta-feira e Otávio Leite (PSDB) na sexta-feira.
A seguir, confira os principais trechos da entrevista com Rodrigo Maia:
Terra - O que o carioca pode esperar de um eventual mandato de Rodrigo Maia?
Rodrigo Maia - O carioca pode ter certeza que nós vamos mudar o jeito de fazer política aqui no Rio de Janeiro. As pessoas estão incomodadas com a falta de preocupação com o dia-a-dia dos cariocas. Em tudo, seja na falta de conservação de uma praça, seja com os jovens entregues ao crack, seja com a falta permanente de médicos nas unidades hospitalares da cidade. Há uma preocupação muito grande do atual governo para se criar uma expectativa pela Olimpíada. Mas as pessoas não podem esperar até 2016. O Rio pode viver um ótimo momento no seu futuro. Mas para isso precisa de uma prefeitura que de fato conheça as preocupações das famílias e não fique apenas construindo estruturas. Todo cidadão gostaria de ter um posto de saúde perto da sua casa, mas a questão chegou a um ponto que a gente quer que as estruturas funcionem.
A privatização da saúde, que é não só do Eduardo como também do Sérgio Cabral, já mostrou seus resultados. Uma insatisfação entre a principal figura que vai garantir o bem-estar das pessoas que é o servidor público. Ele está numa situação de preocupação e apreensão porque está vendo direitos dos novos servidores sendo retirados, direitos conquistados sendo perdidos, agora em cima das eleições apenas algumas coisas pontuais... O eleitor pode ter certeza que vamos garantir tudo aquilo que está em construção, não vamos parar nada nem deixar de inaugurar nada, mas teremos uma prefeitura que vai se preocupar com as pessoas e não apenas com coisas, obras. Elas têm seu peso, mas não adianta ter um bom asfalto na rua se a gente não conhece os problemas das pessoas que vão utilizar esta rua.
Terra - Quais seriam as suas prioridades e primeiras ações na prefeitura, caso fosse eleito?
Maia - O Rio tem algumas urgências. Uma é grande clamor do carioca: abrir um concurso público para contratação de médicos e enfermeiros. Assim nós vamos mostrar que estamos valorizando o servidor. Junto com isso, encaminhar à Câmara de Vereadores um projeto de lei, que certamente será aprovado, acabando com a taxa de iluminação. E também fazer uma determinação à Secretaria de Transportes para que o Rio de Janeiro acabe com o excesso de pardais, que são na verdade, caça-níqueis. Uma coisa é uma lombada que você faz a prevenção e informa a importância de respeitar as leis. Outra é ter um caça-níquel de arrecadação. Hoje a taxa de iluminação e a indústria de multas tomam do carioca 350 milhões de reais. O Rio é uma cidade que tem um custo de vida muito alto. Os governos não podem ajudar para que este custo seja o primeiro ou o segundo do Brasil e um dos maiores das Américas. São dois pontos, um no bolso do contribuinte e, do outro lado, a chamada para um concurso para que a gente possa recompor um tema que é necessidade urgente. As pessoas não podem esperar até a Copa do Mundo ou a Olimpíada. As pessoas estão morrendo na fila dos hospitais.
Terra - Como o senhor classifica a administração de Eduardo Paes?
Maia - A administração de Eduardo Paes é péssima porque teve muitas oportunidades, pegou um momento de crescimento da economia brasileira, teve uma oportunidade do sorteio da Olimpíada ter acontecido no governo dele, e não aproveitou este momento que o Brasil e consequentemente o Rio de Janeiro vivem para de fato ter uma preocupação com a vida das pessoas. Ele ficou preocupado apenas em montar um estrutura publicitária que desse a ele as condições da reeleição. O principal instrumento que ele tem para realizar boas políticas, que são os servidores, foram abandonados por ele. O trânsito do Rio está cada vez mais caótico. Isso aliado a um sistema de transportes que não resolve.
Terra - O que o senhor pretende fazer para melhorar a questão? O senhor é a favor ou contra estas grandes Trans (Oeste, Carioca, Olímpica, etc, corredores expressos de ônibus) que estão sendo construídas?
Maia - Se nós olharmos o que ocorreu no início do século passado e gerou grande crescimento da zona sul e abandono do subúrbio carioca foi o erro, naquele momento, na questão do transporte de massa no Rio de Janeiro. É o que vivemos de novo hoje. Um grande erro na política de transporte no Rio de Janeiro e no Brasil. O governo federal dá mais uma vez um grande estímulo para a venda de carros e junto com isso temos uma política de trânsito que tira o espaço do carro. Não tem como funcionar, é o caos instalado. Você precisa trabalhar a política local em convergência com a nacional.
Infelizmente não há, no meu ponto de vista, o incentivo correto do governo federal, mas também não há uma visão correta por parte da prefeitura. Se você olhar a Transoeste (corredor de ônibus que liga Campo Grande à Barra da Tijuca) às 7 horas da manhã para ir para a Barra e olhar às 7 horas da noite para voltar, vai ver que ela já está superlotada. Significa que nós rasgamos dinheiro. Bogotá quando botou o sistema de BRT em 1998 foi por falta de dinheiro. E agora Bogotá já está vendo de que forma financia a mudança dos principais troncos para metrô.
O que acontece com a Transoeste - já que a Transcarioca ainda não está pronta e as outras ficarão de responsabilidade do próximo prefeito? Claramente, já começa com um esgotamento. Mesmo um ônibus articulado tem capacidade para 80 pessoas, no máximo. Neste trecho, o trem de superfície daria tranquilamente. Há um erro de prioridade por parte do governo. Ele precisa acreditar que a forma de se garantir desenvolvimento para outras regiões da cidade é apostar, junto com os governos estadual e federal, no investimento de metrô. Melhorar a malha de trem e fazer toda o crescimento das linhas de metrô interligadas com elas, que fazem toda a Zona Oeste. É um erro, em pleno 2012, pensar apenas na política de organização de ônibus. Ela não vai garantir o desenvolvimento daquelas regiões da cidade. Continuaremos com 80% dos empregos concentrados na zona sul, Centro e Tijuca.
Paralelo a isso, é um erro estratégico a concentração de recursos na obra do porto. São R$ 8 bilhões concentrados numa área do Rio de Janeiro. Ainda não se vendeu R$ 3,5 bilhões. O Rio não pode afundar - aproveitando que existe a previsão de derrubada da perimetral - 8 bilhões de reais dos cariocas apenas numa região. Esses recursos poderiam e deveriam ser utilizados na expansão do metrô. Nós vamos terminar a Transcarioca, mas é um sistema que vai gerar daqui um ano a compreensão de todos de que foi um investimento precipitado por causa das eleições de 2012, já que o metrô não ficaria pronto.
Terra - Como é que se age para minimizar o problema do sucateamento da rede de saúde?
Maia - Se apostou num sistema, na privatização do setor. Sérgio Cabral e Eduardo Paes apostam nisso e acho até legítimo. Eles ganharam a eleição e têm condições de implementar o sistema que prometeram ou acreditam. Este sistema tem muitas variáveis, mas tem uma consequência que é a pior de todas: a desmotivação do servidor público. É inaceitável que um servidor ganhe dois e o colega na mesma função ganhe 12. Você tem um desestímulo para ser ou continuar servidor público. A taxa de aposentadoria, que era de 2% ao ano, aumentou para 8%. As pessoas passaram a se aposentar com medo de que vá ser tudo privatizado. Imagina no Miguel Couto como os quadros lá estão levando o fato da Fiotec estar administrando uma nova unidade pensada por eles.
Como é que volta a estimular os servidores? O Rio já foi referência no passado em muitos hospitais. Exemplo que dou sempre é o Miguel Couto. Lá você tinha a escola de ortopedia. Os melhores estudantes de Medicina queriam passar pela residência lá, aprendendo com os grandes nomes do Hospital. O Rio perdeu e precisa voltar a ter estes médicos como referência. Hoje eles estão se formando e indo para estas organizações sociais para clinicar, só podendo fazer isso e sem a experiência necessária para atender bem.
Tenho certeza que com os R$ 2,4 bilhões que o Eduardo vai gastar até o final de 2012 com organizações sociais a gente possa reorganizar o serviço público de saúde do Rio de Janeiro. Que o médico possa passar pelos hospitais públicos como forma de organizarem suas carreiras privadas.
Terra ¿ E o favoritismo do atual prefeito na eleição. Que estratégia usar para tentar diminuir isso?
Maia - Naturalmente, nas primeiras pesquisas, o Eduardo vai sair numa situação muito favorável. É o único que tem uma campanha milionária. Com o passar do tempo, com as campanhas da oposição nas ruas, com o debate acontecendo e, principalmente a partir do dia 21 de agosto, nós vamos ter condições de ter um quadro mais realista. Até lá você vai ter muita dificuldade. O eleitor já não gosta muito de política e não está interessado ainda na eleição. Na televisão que começa a se preocupar.
Terra - Por que se aliar a um adversário político histórico (Anthony Garotinho, do PR) para tentar ganhar uma eleição?
Maia - Olha, você tem várias questões. Uma delas é o tempo de televisão. Eu não conhecia a Clarissa (Garotinho, sua candidata a vice) antes e minha primeira preocupação era organizar o meu tempo de televisão. Não dá para disputar uma eleição sem tempo de televisão. Pensamos em fazer uma aliança de garantia de tempo de televisão para a gente aqui e para o PR fora da capital.
Com a certeza de que a clareza das nossas ideias é fundamental, eu e a Clarissa começamos a discutir nossas ideias com todos os problemas históricos que Garotinho e César Maia tiveram. Neste quadro, tive a grata surpresa de ver um quadro político muito jovem ainda, mas com disciplina, dedicada, que quer aprender, que tem o que agregar por ter participado de dentro de casa de dois governos.
Ela só decidiu ser vice depois que se provou que nós tínhamos mais convergências que divergências. Com o tempo de eleição, as pessoas vão ter com relação a nós a surpresa que tive em relação à Clarissa. Quanto mais exposição ela tiver, as pessoas vão ver que não foi um arranjo entre duas famílias. Foi uma decisão tomada entre dois partidos e a chapa gerada foi de diálogo e construção de programa de governo que reflete o que pensamos e, claro, com a influência de César Maia e Garotinho.
Terra - É uma aliança que pode se prolongar para outras eleições?
Maia - Cada eleição é uma eleição. Eu acho que nessa eleição, do ponto de vista do isolamento, era fundamental que nós tivéssemos condição de ter um aliado. Estamos construindo nesta eleição, um projeto para a cidade do Rio de Janeiro. É claro que este pode ser um projeto futuro, mas, neste momento, nossa preocupação era de ter condições de construir uma aliança que nos desse condições de disputar uma eleição com chances de vitória. O que vai acontecer depois dessa eleição. Como eu disse, a Clarissa tem me surpreendido e é natural que a gente possa continuar. Ganhando, com certeza. Se não ganhar, há possibilidade de continuarmos discutindo para construir um novo projeto para o estado. O que acontecer será pela construção de um programa.
Terra - A Clarissa hoje é a que tem maior visibilidade entre os candidatos a vice-prefeito. Como você tem visto a recepção a ela nas ruas? Dá para dizer que vocês foram feitos um para o outro politicamente?
Maia - A rua tem sido muito boa. Claro que a pessoa que rejeita o Garotinho naturalmente transfere algo para ela. Mas eu tenho a convicção de que não transfere tudo. Quando conhece a Clarissa, ela vai mostrando que tem as ideias dela. A exposição dela ajuda muito a chapa, vai agregar muito voto daqui para a frente.
Terra - Seu pai é uma figura marcante na história da cidade. Foi o prefeito que mais tempo ficou à frente da cidade, mas acabou não conseguindo se reeleger. Como administrar esta ligação natural com o seu pai?
Maia - Não tem problema nenhum. Quando entrei na política, as pessoas tinham a preocupação que eu fosse seguir os passos do meu pai. Eu rapidamente compreendi que ninguém é igual a ninguém. Não sou igual ao César Maia. Ele tem as virtudes e defeitos dele, eu tenho minhas virtudes e meus defeitos. Eu tenho uma capacidade de diálogo político e organização partidária, cheguei às funções de líder e presidente do partido, que são funções que nem que você pedisse de joelhos ele aceitaria fazer. Eu tive a felicidade de não querer ser igual ao César Maia. O que eu trago do César Maia são duas referências fundamentais para mim. Uma é o respeito ao dinheiro público.
Vi como ele administrou a cidade e a preocupação que ele tinha com o gasto público independente do valor. Uma obra de R$ 100 milhões tinha a mesma importância de uma obra de R$ 100 mil. A outra coisa é a valorização e respeito pelo servidor público. São duas peças da minha formação que vieram dele e não abro mão.
Terra - E em termos de campanha, o senhor e a Clarissa pretendem utilizar a imagem dos seus pais ou vão tentar mostrar mais independência?
Maia - Não tem questão de independência, eu sou Maia e ela é Garotinho. Mas não estamos nisso por um projeto pessoal deles. Estamos por um projeto de disputar a prefeitura da capital e convocados entendemos que temos um projeto nosso. Falar de independência em relação a César Maia e Anthony Garotinho é besteira. Agora, nós não temos nenhum problema, é uma chapa transparente. A Clarissa tem virtudes e defeitos e não são os mesmos de seu pai e sua mãe. Eu tenho minhas virtudes e meus defeitos, diferentes dos do meu pai. O Garotinho vai ajudar, o César Maia vai ajudar, mas eles não são os candidatos. O prefeito e a vice-prefeita da cidade seremos eu e a Clarissa. Quem quiser comparar, que lembre o que era o Rio em 1990 e quando o meu pai entregou o cargo em 2008.
Antes a Avenida Atlântica era um bordel a céu aberto. Não dava para caminhar na Avenida Rio Branco. A Mangueira tinha 3% de saneamento básico e agora tem 98% de cobertura pelo último censo. A Linha Amarela, a duplicação da Ayrton Senna e tantas outras vias, quem quiser fazer justiça à história do Rio de Janeiro não pode negar que César Maia tem papel importante frente à cidade.

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